sexta-feira, 20 de maio de 2011

Gene ligado ao diabetes controla outros genes, afirma estudo

Cientistas descobrem que gene ligado ao diabetes controla outros genes

 

Descoberta pode auxiliar as pesquisas sobre o tratamento de doenças ligadas à obesidade, como o diabetes tipo 2, afirmam pesquisadores do King's College London e da Universidade de Oxford.

 
Cientistas britânicos fizeram uma descoberta que pode ajudar no tratamento de doenças ligadas à obesidade, como o diabetes tipo 2. Segundo uma pesquisa divulgada neste domingo (15/05), o gene conhecido como KLF14, sabidamente associado aos níveis de colesterol e do diabetes tipo 2, pode transformar outros genes encontrados nas células de gordura.
Os resultados, publicados no jornal Nature Genetics, podem auxiliar as pesquisas sobre o tratamento de doenças ligadas à obesidade, como o diabetes tipo 2.
"Nós não sabíamos o que o KLF14 fazia", disse à Deutsche Welle Kerrin Small, pesquisadora do King's College de Londres e co-autora da publicação. "Agora nós sabemos como ele controla outros genes no tecido adiposo."
Como a gordura desempenha um papel chave na suscetibilidade às doenças metabólicas, essa descoberta pode ajudar no combate à essas doenças. "Isso foi um passo muito importante para compreender o diabetes tipo 2", disse Mark McCarthy, outro pesquisador da Universidade de Oxford e co-autor do artigo publicado.
Gene regulador é capaz de transformar outros genes
"O KLF14 é um fator de transcrição que circula nas células de gordura e modifica todo um conjunto de genes", completa McCarthy. "Ele próprio não age diretamente, mas 'liga' e 'desliga' genes que afetam o risco do diabetes."
Os cientistas examinaram mais de 20 mil genes em biópsias de gordura subcutânea de 800 voluntárias gêmeas no Reino Unido. Para confirmar os resultados, examinaram outras 600 amostras subcutâneas de pacientes da Islândia.
Segundo McCarthy, há grandes evidências de que o KLF14 controla o nível de expressão de dez genes no tecido adiposo. Esses genes são todos ligados ao metabolismo, incluindo níveis de colesterol, insulina e glicose e também a obesidade. Segundo ele, centenas de outros genes podem também ser afetados.
Os pesquisadores dizem que todos os seres humanos têm o gene KLF14, já que ele é sempre herdado da mãe. No entanto, a variante de gene que uma pessoa tem influencia o fator de transcrição de diferentes maneiras, disse McCarthy.
Qual deles é o gene crucial para a diabetes?
"É difícil intervir com medicamentos nesta fase inicial [das pesquisas]", alertou McCarthy. Segundo ele, os cientistas precisam primeiro entender quais dos genes transformados pelo KLF14 influenciam de forma crucial o diabetes.
O diretor do departamento de endocrinologia da Universidade de Leipzig, Michael Stumvoll, é da mesma opinião. Ele não participou da pesquisa, mas forneceu informações aos cientistas.
"É definitivamente um divisor de águas para os biólogos e especialistas em genética, um passo enorme para compreender a organização de genes envolvidos no metabolismo", declarou à Deutsche Welle. "Isso é exatamente o que precisamos agora. É importante saber como genes dependem de outros genes."
"Mas esse conhecimento não conduzirá a um novo tratamento nos próximos cinco anos. Talvez nem nos próximos 10 ou 20 anos, talvez nunca será. É uma questão muito complexa, então não deve haver qualquer manipulação acrítica [de genes]. Pode-se criar muitos danos 'desligando' os genes errados."
Autora: Sarah Steffen (br)
Revisão: Alexandre Schossler

Planetas "órfãos" de estrela são muito comuns, diz novo estudo

Astrônomos descobriram uma classe planetária inteiramente nova: são os planetas "órfãos", que flutuam livremente sem orbitar uma estrela. E eles estão longe de ser raridade. Pode haver bilhões na Via Láctea: mais até do que estrelas "comuns".
Esses planetas, no entanto, não devem ter sido solitários durante todo o tempo. Provavelmente foram expulsos de sistemas ainda em formação, em uma pancadaria gravitacional causada pela proximidade de estrelas ou de outros planetas.
"Nós esperávamos encontrar alguns deles [planetas flutuando livremente], mas não tantos assim", disse à Folha Takahiro Sumi, da Universidade de Osaka, líder do trabalho na "Nature".
Sumi e sua equipe não encontraram os tais bilhões de planetas, mas apenas dez.
Segundo o grupo, porém, eles funcionaram como um censo estelar. Pela amostra de uma área, é possível estimar o total na galáxia.
Associated Press
Concepção artística de planeta que flutua livremente sem orbitar uma estrela (Associated Press)
Concepção artística de planeta que flutua livremente sem orbitar uma estrela (Associated Press)
Os cientistas não descartam que alguns desses planetas --mais ou menos do tamanho de Júpiter, o maior do nosso Sistema Solar-- possam estar orbitando uma estrela realmente distante, a mais de 500 vezes a distância que separa a Terra do Sol. Mas a maioria deles estaria de fato flutuando livremente.
A afirmação foi feita com base numa técnica de observação inovadora, as microlentes gravitacionais.
O método aproveita o momento em que um objeto de grande massa passa na frente de uma estrela, vista da perspectiva da Terra.
Esse objeto mais próximo age como uma lente, amplificando a luz de uma estrela distante e fornecendo vários dados sobre sua vizinhança galáctica.
Mario Perez, do programa de Exoplanetas (fora do Sistema Solar) da Nasa, disse em nota que a descoberta "tem grandes implicações para os modelos de formação e evolução planetária".

O plástico "verde" do Brasil

O plástico "verde" do Brasil

 

Cada vez mais, são desenvolvidas variedades de plástico feitas de matéria-prima renovável. No Brasil, o aproveitamento de sobras vegetais da indústria canavieira pode gerar uma produção sustentável.

 
Quase já não é possível imaginar o nosso mundo sem plástico. Até mesmo quando se trata de conservação ambiental, essa espécie de "matéria-prima da vida moderna" também possui um papel importante. Por motivos bastante óbvios: o plástico convencional provém, em sua maioria, do petróleo.
De todos os estoques mundiais do óleo bruto, cerca de 4% são destinadas à fabricação do produto. Durante o processo industrial, são liberados na atmosfera seis quilos de CO2 para cada quilograma de plástico produzido. Considerando ainda o ritmo acelerado com o qual as reservas naturais de petróleo estão se extinguindo, logo se conclui o porquê das alternativas sustentáveis ao plástico terem sido tão bem-sucedidas nos últimos anos – especialmente na indústria de embalagens. 
O plástico "verde" – ou o bioplástico – é composto geralmente por plantas como a cana-de-açúcar, o trigo, o milho ou a batata, mas também por óleo vegetal. Dificilmente pode-se encontrar algum produto doméstico para o qual ainda não haja ou esteja sendo desenvolvida uma alternativa em bioplástico. As aplicações do material incluem desde estruturas para celular e talheres descartáveis até sacolas de supermercado e vasos de flores, passando por sapatos e fraldas.
Bagaço da cana-de-açúcar é matéria-prima para o plástico ecológicoBagaço da cana-de-açúcar é matéria-prima para o plástico ecológicoPara os especialistas, esse é apenas um elemento da crescente demanda por produtos sustentáveis, causada pela explosão no mercado de alimentos orgânicos nos últimos anos. "Hoje é bem melhor ter uma imagem 'ecológica' do que uma convencional. E as empresas tiram proveito disso", analisa Norbert Voell, representante da Duales System GmbH – sociedade responsável pelo Ponto Verde, sistema de reciclagem de lixo na Alemanha. "Evidentemente, é melhor saber que os legumes orgânicos que se compra no supermercado vêm embalados de forma ecológica do que no saco plástico convencional".
Grandes negócios
A tendência despertou reação também nas empresas responsáveis pelo produto tradicional, feito de petróleo – além de um investimento multimilionário em pesquisas e métodos de produção "verdes". O grupo de gigantes globais desse ramo inclui, entre outros, a corporação agrícola estadunidense Cargill, a empresa italiana Novamont e a companhia química alemã BASF.
Materiais plásticos biodegradáveis como o poliactide, derivado de milho, já estão em uso em algumas das maiores redes de supermercados e multinacionais da indústria alimentícia, tais quais o Wal-Mart ou a Coca-Cola.
O plástico "verde" é responsável ainda por grandes negócios em solo brasileiro. No país, líder mundial na produção de açúcar, a empresa petroquímica Braskem utiliza a crescente indústria nacional de etanol canavieiro para produzir o bioplástico.
Do bagaço ao ecologicamente correto
No entanto, questionamentos foram levantados quanto à nova alternativa. Um deles discute se a sua produção não irá promover o desmatamento ou estancar as plantações de alimentos, assim como supostamente teria acontecido com o biocombustível. "Os argumentos apresentados quando se trata de bioplástico são parecidos com os relativos ao óleo de dendê", aponta Voell, se referindo ao sul da Ásia, onde enormes áreas florestais são erradicadas a cada ano para dar lugar a lucrativas lavouras de palmas.
A fim de reagir às críticas, pequenos projetos procuram sair do padrão e, ainda assim, integrar a explosão da indústria canavieira. Um deles, concebido numa parceria entre Brasil e Alemanha, no Senai Climatec de Salvador (BA), produz plástico a partir dos restos da cana-de-açúcar, que são descartados pelas fábricas de etanol da região.
Os chamados "bagaços" costumam ser queimados, resultando em grandes emissões de dióxido de carbono na atmosfera. O objetivo é transformar o produto reciclado no futuro plástico convencional e, com isso, sobrepor outro grande setor econômico do país: a indústria automotiva.
Plástico Plástico "verde" é especialmente bom para embalagensMercado ainda pequeno
O avanço comercial do plástico "verde" parece inevitável. Todavia, até o momento, a variante ecológica representa apenas um percentual menor do que 1% no mercado global de plástico. E a associação industrial Plásticos Europeus acredita que o montante não deve crescer mais do que 5 a 10% nos próximos anos.
"A questão está nos altos custos de produção, mas também no fato do bioplástico ser pior em termos de manipulação e tratamento termomecânico em comparação com o material tradicional", afirma Michael Niaounakis, especialista em polímeros do Instituto Europeu de Patentes de Haia.
Menos dióxido de carbono?
Petróleo pode ser substituído por outros orgânicos Petróleo pode ser substituído por outros orgânicosAinda assim, os especialistas veem um verdadeiro potencial no bioplástico para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e, com isso, adiar as mudanças climáticas. O produto "verde" subjuga o convencional por demandar menos energia em sua produção e por ser livre de toxinas. Mas, a princípio, são necessários mais estudos científicos para se comprovar o quão sustentável, de fato, é o bioplástico.
"O fato de ele ser feito com matéria-prima renovável não o faz automaticamente melhor para o meio ambiente", ressalva Gerhard Kotschik da Agência Federal do Meio Ambiente na Alemanha. "É preciso considerar todo o ciclo de produção. Para, só então, dizer se o bioplástico é mais ecologicamente correto do que o feito de petróleo".
Com a reciclagem do bagaço da cana-de-açúcar, contudo, os produtores de plástico de Salvador, na Bahia, oferecem uma primeira resposta positiva.
Autora: Sonia Phalnikar (mdm)
Revisão: Roselaine Wandscheer

Copo de leite ajuda a entender mecanismo de buraco negro

Quem quer entender que diabos acontece num buraco negro talvez só precise observar um copo de leite. Ou, pelo menos, um líquido que funcione mais ou menos como o leite, no qual estejam suspensas partículas de forma aleatória.

A ideia acaba de ser proposta por cientistas brasileiros na "Physical Review Letters", principal revista científica de física do planeta. "É uma chance de estudar parte de um fenômeno tão exótico quanto um buraco negro com a ajuda de um líquido que você poderia ter na sua sala", afirma Gastão Krein, do Instituto de Física Teórica da Unesp, que assina o estudo com dois colegas.
Editoria de Arte/Folhapress
Para todos os efeitos, a situação "dentro" de um buraco negro e a que prevalecia quando ocorreu o Big Bang, fenômeno violento que teria dado início a este Universo, são basicamente as mesmas.
Em ambos os casos, o que se vê é, grosso modo, matéria e energia espremidas num espaço minúsculo, menos do que microscópico.
Num contexto como esse, coisas estranhas começariam a acontecer, a começar pela violação de uma lei aparentemente fundamental do Cosmos: o limite da velocidade da luz.
"Numa situação como a de um buraco negro, espera-se que a velocidade da luz passe a variar de forma aleatória, mas o complicado é demonstrar isso matematicamente", diz Krein.
E se trata de algo impossível de observar diretamente, já que, conforme o próprio nome diz, buracos negros são objetos da qual nenhuma luz escapa, e o infeliz que tentasse chegar perto deles viraria pasta de partículas elementares, amassado pela imensa gravidade desses corpos celestes. É aí que entra o copo de leite.
"Ou melhor, provavelmente um fluido um pouco mais complexo, com micropartículas metálicas, por exemplo, embora o leite sirva para ilustrar de que tipo de líquido falamos", conta Krein.
No novo estudo, os físicos brasileiros mostram que ondas de som se propagando por essa forma de líquido --como analogia com as ondas de luz-- teriam um comportamento parecido com o que acontece em um ambiente de buraco negro. A velocidade das ondas de som também varia aleatoriamente, tal como se supõe que ocorra perto de buracos negros.
"Manipularíamos as características desse líquido em laboratório e, dessa forma, aprenderíamos algo sobre o que acontece nos buracos negros ou sobre como se deu o Big Bang", diz Krein. O grupo está em busca de físicos experimentais que topem o desafio de fazer isso.

Astrônomos estudam o que pode ser o mais jovem buraco negro da galáxia

Astrônomos afirmaram que a supernova SN 1979c pode ser o mais jovem buraco negro, com idade de observação aproximada a 30 anos.
Esta seria a visão mais próxima do nascimento de um buraco negro, segundo Daniel Patnaude, do centro de astrofísica Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, em Massachusetts (EUA), que trabalhou no estudo.
O astrônomo amador Gus Johnson, de Maryland (EUA), descobriu a supernova em 1979. Ela fica nos limites da galáxia M100, na constelação de Virgem, a 50 milhões de anos-luz da Terra.
Os cientistas acreditam que a supernova se formou quando uma estrela com massa 20 vezes à do Sol entrou em colapso.
Esta seria a primeira vez que o surgimento de um buraco negro é observado e, segundo uma das hipóteses levantadas pelos cientistas, ele pode estar sendo alimentado por material da supernova ou por outro planeta.
Nasa
Supernova SN 1979c (no destaque), que fica na galáxia M100, pode conter o mais jovem buraco negro na galáxia
Supernova SN 1979c (no destaque), que fica na galáxia M100, pode conter o mais jovem buraco negro na galáxia

Astrônomos estão intrigados com explosão atípica no espaço

Uma explosão de raios gama, não visíveis a olho nu, que ocorreu em uma galáxia distante da Terra intriga atualmente os astrônomos.
O satélite Swift, da Nasa (agência espacial americano), captou pela primeira vez o fenômeno, que está a 3,8 bilhões de anos-luz da Terra, em 28 de março.
Geralmente, a energia que se expande devido à explosão toma algumas horas. Mas, neste caso, está durando mais. Há mais de uma semana, a radiação pode ser vista em volta da sua fonte.
A ocorrência provavelmente tem como causa uma estrela que explodiu ao passar muito perto de um buraco negro.
O telescópio Hubble vai observar se o brilho passará por mudanças nas próximas semanas.
Stefan Immler/AP/Nasa
Imagem composta por fotos tiradas pela Nasa mostra radiação que dura há mais de uma semana
Imagem composta por fotos tiradas pela Nasa mostra radiação que dura há mais de uma semana

Buraco negro "mãe" do Universo teria a massa de 3.000 sóis

O útero cósmico no qual o nosso Universo teria sido gestado era um buraco negro da categoria peso-pesado, cuja massa seria equivalente a 3.000 vezes a do nosso Sol.
É isso o que propõe o físico polonês Nikodem Poplawski, da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos.
Em artigo publicado no "ArXiv" (uma espécie de biblioteca eletrônica aberta, na qual os físicos costumam divulgar versões preliminares de suas pesquisas para apreciação da comunidade científica), ele apresentou o cálculo da massa necessária para que um buraco negro produza um Universo com as características do nosso.
NATIVIDADE
O polonês reacendeu a discussão sobre a possibilidade de o Cosmos ter "nascido" dentro de um buraco negro.
Ele publicou uma sequência de artigos sobre o tema no "ArXiv" e na revista "Physics Letters B", uma das mais importantes sobre física nuclear e de partículas.
Essas publicações confrontam a teoria do Big Bang, que define que o Universo teria surgido a partir da expansão de uma grande concentração de massa e energia, comparada a uma explosão.
A questão é que, quando se considera que o Big Bang é o início de tudo, é preciso postular que a expansão do Universo teria começado a partir de um ponto incrivelmente pequeno, de densidade e energia infinitas.
Para os físicos, esses infinitos são suspeitos, porque fica impossível investigar o que acontecia no momento inicial da expansão cósmica.
Uma das formas de resolver o problema é propor que o Big Bang não foi o começo de tudo o que existe, mas uma perturbação no interior de um buraco negro em outro universo, conforme defendido pelo cientista polonês.
Editoria de arte/Folhapress
Segundo Poplawski, todos os universos (já que haveria vários deles) estão dentro de buracos negros. E todos têm estrelas que, se altamente contraídas (quando seu combustível acaba), dariam origem a novos buracos negros --e a novos universos.
Os números da conta saíram de uma modificação da teoria da relatividade geral de Einstein (que Poplawski vem usando nos seus estudos com frequência).
"Outros trabalhos mostram que algo acontecia antes do Big Bang", disse Poplawski àFolha.
Ele, de fato, não está sozinho. "Poplawski não é o único a especular sobre o que poderia ter havido antes do Big Bang", afirma Roberto Belisário, físico formado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
"Entre os cosmólogos, o Big Bang já não é mais considerado o início da criação de tudo. Deve ter havido um 'antes', assim como está havendo um depois", completa.
A repercussão sobre a nova proposta do físico polonês ainda está engatinhando.
"A teoria ainda é muito qualitativa. Só o tempo dirá qual ideia vencerá essa corrida", conclui Belisário.

Astrônomos registram jatos de partículas saindo de buraco negro


Radiotelescópios operados por um grupo internacional de pesquisadores, incluindo cientistas da Nasa (agência espacial dos EUA), conseguiram capturar a imagem mais detalhada de jatos de partículas saindo de um buraco negro em uma galáxia próxima.
As imagens foram obtidas com nove radiotelescópios distribuídos em vários pontos da África do Sul, Chile e Antártida.
Segundo a autora principal do estudo, Cornelia Mueller, da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, os jatos de partículas surgem quando matéria é atraída para um buraco negro no interior da galáxia. Porém, os cientistas ainda não sabem com detalhes como os jatos se formam e se mantêm.
Os jatos interagem com o gás ao redor e interferem no processo de formação e evolução das galáxias de uma forma que ainda não é bem compreendida pelos cientistas.
A equipe comandada por Mueller estudou a galáxia de Centaurus A, que está a 12 milhões de anos-luz da constelação de Centauro e possui um buraco negro com 55 milhões de vezes a massa do Sol.
Nasa
Imagem do buraco negro foi obtida com radiotelescópios distribuídos em pontos da África do Sul, Chile e Antártida
Imagem do buraco negro foi obtida com radiotelescópios distribuídos em pontos da África do Sul, Chile e Antártida
A Centaurus A é uma das galáxias que mais emitem ondas de rádio e, por isto, aparece como um dos objetos mais brilhantes nos radiotelescópios.
A grande emissão de energia de galáxias como Centaurus A ocorre por causa dos gases que são engolidos pelo buraco negro, e parte deles é ejetada de volta, na forma de jatos que se concentram ao redor do buraco negro, no centro da galáxia.
Imagens mais detalhadas dos jatos podem ajudar os astrônomos a determinar como eles se formam. O pesquisador Mathias Kadler, da Universidade de Wuerzburg, na Alemanha, espera que as descobertas do Tanami ajudem a explicar o fenômeno.
Segundo ele, esta radiação é bilhões de vezes mais energética do que a registrada pelos radiotelescópios, e não se sabe exatamente de onde ela se origina.