segunda-feira, 4 de abril de 2011

ENERGIA NUCLEAR 3º EM

http://www.cnen.gov.br/ensino/apostilas/energia.pdf
http://www.eletronuclear.gov.br/tour_virtual/index.html


Leia o artigo acima do CNEN e também o texto abaixo.


http://geopoliticadopetroleo.wordpress.com/2010/05/23/reator-de-submarino-nuclear-brasileiro-fica-pronto-em-2014-e-sera-modelo-para-usinas-civis/

Reator de submarino nuclear fica pronto em 2014 e será modelo para usinas

Vladimir Platonow
Repórter da  Agência Brasil
Rio de Janeiro – Os dez prédios em construção no complexo militar de Aramar, em Iperó (SP), vão abrigar o Laboratório de Geração Nucleoelétrica (Labgen), de onde sairá o primeiro reator nuclear 100% brasileiro – os de Angra 1 e 2 são, respectivamente, norte-americano e alemão.
A principal aplicação do reator será equipar o primeiro submarino nuclear brasileiro, que deverá entrar em operação por volta de 2020. No prédio principal será montada uma réplica em escala real do submarino, para testar cada detalhe do reator, do motor e de todos os sistemas da embarcação, além de treinar a tripulação.
O reator será de uma nova família, bem mais eficiente energeticamente do que os anteriores, podendo usar combustível menos enriquecido e prolongando em muito a troca por uma nova carga.
“Inicialmente vamos trabalhar em torno de 5% [de enriquecimento]. À medida que houver as evoluções, tende-se a ir a 20%. O gerenciamento do combustível hoje é mais inteligente. Consegue-se que o urânio fique mais tempo gerando energia”, explicou o coordenador do Programa de Propulsão Nuclear da Marinha, capitão de mar e guerra André Luís Ferreira Marques, em entrevista à Agência Brasil.
“Nos primeiros navios, tirava-se o urânio ainda com muita energia para queimar, porque eles não conseguiam gerenciar isso direito”, lembrou Marques.
Ele destacou que, além de proporcionar um ganho na área da Defesa, a construção do reator vai beneficiar a sociedade como um todo, já que, extrapolando a escala, o mesmo tipo de projeto poderá mover uma usina nuclear.
“As próximas usinas nucleares usarão tecnologia brasileira, se não em tudo, em uma graduação, chegando futuramente a 100%. O Labgene é o preâmbulo das futuras usinas nacionais. Nós desenvolvemos os fornecedores, que já estão acostumados com as normas técnicas, os cuidados e as inspeções de controle de qualidade, para fazer equipamentos maiores”.
Para Ferreira Marques, “é o início do big bang [uma alusão à teoria da chamada grande explosão que resultou na criação do universo, aceita por parte dos cientistas]. A gênese dos reatores de potência”.

Edição: Tereza Barbosa

Iperó (SP) - O capitão Ferreira Marques mostra projeto do futuro submarino nuclear brasileiro - Foto: Vladimir Platonow - AgênciaBrasil

Iperó (SP) - Operário verifica detalhes da usina do complexo militar de Aramar, no Centro Militar da Marinha, que entra em operação neste ano - Foto: Vladimir Platonow - AgênciaBrasil

Países resistem à transferência de tecnologia e de equipamentos para ciclo nuclear
Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A tecnologia nuclear é um dos assuntos mais sensíveis entre países, que dificilmente repassam conhecimentos ou alguns equipamentos. Na construção da Usina de Hexafluoreto de Urânio (Usexa), no complexo militar de Aramar, em Iperó (SP), os oficiais da Marinha responsáveis pelo projeto contam que sentiram pessoalmente o bloqueio tecnológico.
“Esse assunto ninguém vai fazer para você. Quando a gente vai comprar uma máquina no exterior e diz que é para o âmbito da defesa eles negam [a venda]”, afirmou à Agência Brasil o coordenador do Programa de Propulsão Nuclear da Marinha, capitão de mar e guerra André Luís Ferreira Marques.
Segundo ele, um exemplo foi a tentativa do Brasil de comprar um forno específico necessário ao processo de conversão do urânio em pó, o chamado yellow cake, no gás hexafluoreto de urânio (UF6).
“Um país só exporta o que interessa. Esse forno – que custa cerca de US$ 1 milhão – tentamos comprar lá fora. Perguntamos para a França e os Estados Unidos, que não responderam [à proposta]. A Alemanha respondeu, mas, quando dissemos que era para produzir trióxido de urânio, afirmaram que não podiam exportar.”
A solução foi desenvolver a tecnologia no Brasil. Ferreira Marques e mais três engenheiros da Marinha e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) desenvolveram o projeto e conseguiram um fabricante no país, em São Paulo. O forno de calcinação para produzir trióxido de urânio começou a ser construído em 2000 e ficou pronto em 2001.
“O país reage, tem engenharia e empresas capacitadas. O fato de não querer vender não quer dizer que a gente não vai fazer. Vai custar um pouco mais e demorar mais tempo, mas solução tem. Quem define o nosso futuro somos nós. Se o Brasil precisa, nós vamos fazer”, afirmou o oficial da Marinha, citando o lema de Aramar: “Tecnologia Própria é Independência”.
Segundo Ferreira Marques, além de garantir independência, produzir os equipamentos no país significa evolução do parque industrial brasileiro, pois, ao trabalhar com a Marinha, as empresas têm que investir em novas tecnologias, capacitando-se para futuros mercados, inclusive no exterior.
“É a primeira vez que essa empresa faz um forno deste tamanho e com essa característica. É um forno com atmosfera de amônia. Isso não é simples. É todo específico, desde a solda até o material em seu interior”, comentou o militar.
Mas, apesar de incentivar a indústria nacional a operar conjuntamente com a área da Defesa, a Marinha faz uma ressalva: os empresários têm que assinar um termo de confidencialidade, especificado dentro de um conjunto de leis de proteção do conhecimento. Para exportar, tem que ter aval do governo.
Edição: Tereza Barbosa

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