terça-feira, 20 de maio de 2014

Plástico totalmente reciclável que se autoconserta

Plástico totalmente reciclável que se autoconserta



Plástico totalmente reciclável que se autoconserta
Basta colocar as fatias do plástico umas ao lado das outras, de forma que elas se toquem, para que elas se transformem em uma peça única em segundos. [Imagem: Jeannette M. García et al. - 10.1126/science.1251484
Plásticos termofixos
Pesquisadores da IBM descobriram por acaso como fabricar um novo tipo de plástico que se autoconserta quando sofre danos e que pode ser totalmente reciclado.
Ao esquecer de inserir um ingrediente em uma receita tradicional para fabricar um tipo de plástico, Jeanette García e seus colegas descobriram uma nova rota química para fabricar plásticos quimicamente estáveis e resistentes ao calor que poderão ter uma ampla gama de usos.
Os novos plásticos pertencem a uma categoria de polímeros conhecidos comotermofixos - ou termorrígidos, ou termoendurecidos -, que são moles quando são fabricados, permitindo sua fácil conformação ao formato final desejado, adquirindo rigidez depois de serem curados a cerca de 200º C.
Eles são diferentes dos termoplásticos, geralmente produzidos em "bolinhas" que devem ser derretidas e inseridas em um molde para adquirirem sua forma final.
Plástico totalmente reciclável que se autoconserta
Os plásticos termofixos ficam rígidos depois de curados a 200º C. [Imagem: Jeannette M. García et al. - 10.1126/science.1251484]
Reciclável e metamórfico
A primeira vantagem dos novos plásticos termofixos é que, por se basear em uma reação química mais simples, o material final pode ser quebrado em seus monômeros constituintes para reciclagem ou refabricação.
Para isso, basta colocar as peças em uma solução ácida (pH < 2).
Isso é importante porque, embora os plásticos termofixos tradicionais sejam usados em aparelhos eletrônicos e nas indústrias automotiva e aeroespacial, não existe ainda uma forma de reciclar esses materiais sintéticos mais duráveis e resistentes.
A segunda grande vantagem, e talvez a mais surpreendente, é a capacidade de autorreparo desses plásticos.
Se os géis antes da cura forem cortados em fatias, basta colocar as fatias umas ao lado das outras, de forma que elas se toquem fisicamente, para que as ligações químicas entre as peças sejam reformadas, produzindo uma peça única de novo dentro de segundos.
Além de usar o material como adesivo, a equipe agora quer testar quanto desse material eles precisam adicionar a outros tipos de plásticos para que eles adquiram a capacidade de se autoconsertar depois de adquirir rigidez.

Experimento vai criar matéria e antimatéria a partir da luz

Experimento vai criar matéria e antimatéria a partir da luz
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=experimento-criar-materia-antimateria-pura-luz&id=020130140520&ebol=sim#.U3tmf9JdVQI

Experimento vai criar matéria e antimatéria de pura luz
Descrição básica do experimento - todas as tecnologias necessárias para realizá-lo já existem. [Imagem: Oliver Pike et al. - 10.1038/nphoton.2014.95]

Em 1934, os físicos Gregory Breit e John Wheeler apresentaram uma teoria que descreve como criar matéria a partir de luz pura.
Na época, eles descartaram a ideia de que tal fenômeno pudesse ser observado em laboratório por causa das dificuldades da criação do experimento necessário.
A proposta é criar matéria da forma mais básica possível, gerando partículas elementares.
Supernova em uma garrafa
Agora, Oliver Pike e seus colegas do Imperial College, de Londres, afirmam ter descoberto uma maneira de realizar este sonho.
Eles propõem usar lasers de alta energia disparados contra um invólucro especial de ouro para converter fótons em pares de partículas de matéria e antimatéria.
Em essência, o experimento deverá recriar o que se acredita acontecer em grandes explosões estelares conhecidas como supernovas.
A área é promissora: várias outras interações básicas entre matéria e luz têm sido descritas, comprovadas por experimentos, e geralmente premiadas com o Nobel de Física.
Um exemplo é a proposta de Paul Dirac, feita pouco antes, em 1930, de que um elétron e seu equivalente de antimatéria, um pósitron, poderiam ser aniquilados em uma colisão para produzir dois fótons, efetivamente transformando matéria em luz.
Breit e Wheeler previram o reverso dessa reação, com dois fótons se chocando para produzir matéria e antimatéria - um pósitron e um elétron.
O trabalho agora realizado por Pike também é teórico, mas tem a grande vantagem de criar um experimento que inclui apenas tecnologias que já existem para compor um "colisor fóton-fóton", capaz de converter a luz diretamente em matéria.
Experimento vai criar matéria e antimatéria de pura luz
Interações básicas entre matéria e luz têm sido descritas, comprovadas por experimentos, e geralmente premiadas com o Nobel de Física. [Imagem: Oliver Pike/Imperial College London]
Como transformar luz em matéria
O experimento proposto envolve duas etapas principais.
Na primeira, um laser de alta intensidade acelera elétrons até um pouco abaixo da velocidade da luz. Esses elétrons são então disparados contra uma lâmina de ouro para criar um feixe de fótons um bilhão de vezes mais energéticos do que a luz visível.
Na segunda etapa do experimento, deverá ser usada uma pequena cápsula também de ouro, chamada hohlraum (termo em alemão para "sala vazia"), a mesma que está sendo usada nos experimentos de fusão nuclear.
Quando outro laser de alta energia acertar o hohlraum, ele criará um campo de radiação térmica, gerando luz semelhante à luz emitida por estrelas, compondo um segundo feixe de fótons - Pike chama o experimento de "supernova em uma garrafa".
Finalmente, o feixe de fótons da primeira fase do experimento será dirigido para passar através do centro do recipiente de ouro, fazendo com que os fótons das duas fontes colidam, formando então a matéria e a antimatéria, ou seja, elétrons e pósitrons.
Essa matéria criada da luz poderá ser detectada quando sair do recipiente, que não então será mais uma sala tão vazia.
"Como somos teóricos, estamos agora conversando com outras pessoas que podem usar as nossas ideias para realizar este experimento histórico," disse o professor Steve Rose, membro do grupo.
Experimento vai transformar luz em matéria e antimatéria
Este é o famoso hohlraum, a cápsula onde fica o combustível para a fusão nuclear no laboratório NIF (EUA). [Imagem: LLNL]
Experimento elegante
Quando o experimento for realizado, na verdade não será a primeira vez que a luz terá sido convertida em matéria em laboratório.
Em 1997, Thomas Koffas fez isso usando o acelerador de partículas da Universidade de Stanford (SLAC - Stanford Linear Accelerator Centre).
Contudo, em vez do experimento simples e básico - ou "elegante", como os físicos chamam essas demonstrações fundamentais - eles fizeram a coisa por atacado, por assim dizer.
No experimento do SLAC, os elétrons produziram fótons, que então passaram por múltiplas colisões dentro da mesma câmara, produzindo elétrons e prótons - o experimento passou a ser conhecido como processo Breit-Wheeler multifotônico.
Bibliografia:

A photon-photon collider in a vacuum hohlraum
Oliver J. Pike, F. Mackenroth, E. G. Hill, Steve J. Rose
Nature Photonics
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nphoton.2014.95

Resfriamento geotérmico será testado em escola pública

Resfriamento geotérmico será testado em escola pública


Pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) criaram um sistema alternativo de ar-condicionado que minimiza o uso de energia elétrica.
O novo modelo de resfriamento é denominado "sistema geotérmico de captações rasas", ou sistema de resfriamento geotérmico.
Normalmente o termo geotermia está relacionado ao uso do solo como meio de aquecimento - e não de resfriamento -, com a produção de energia por meio da geração de vapor, a conhecida energia geotérmica.
Mas essas aplicações exigem que sejam realizadas perfurações em grandes profundidades, que podem chegar a mais 100 metros.
Resfriamento geotérmico
"O solo em profundidades menores, de 3 a 5 metros, apresenta, no entanto, uma temperatura mais baixa ao longo do ano, variando de 18° C a 21° C, em média," explica o professor Alberto Hernandez Neto.
Ele ressalta que o uso de geotermia para resfriar ambientes não é um sistema de climatização, como os que empregam aparelhos de ar-condicionado, pois não há controle da temperatura: "Mas ele resfria o ambiente e aumenta o conforto térmico das pessoas que ali estão."
Quem vai aferir isso são os estudantes de uma escola em construção na região do Aeroporto de Viracopos, na periferia da cidade de Campinas (SP).
Tubos de cerca de 80 centímetros de diâmetro estão sendo enterrados a cerca de 5 metros de profundidade, através dos quais o ar quente da atmosfera vai circular e resfriar, antes de ser distribuído pelas salas de aula e outras dependências da escola.
"Um grande ventilador capta e empurra o ar para dentro da tubulação. Ao circular pelos tubos, ele se resfria em algo entre 3 a 5º C. Outros ventiladores, na saída, distribuem o ar mais fresco pelas salas e demais dependência da escola, residência ou outra construção qualquer," diz Hernandez.
A grande vantagem do sistema está no custo de operação.
"Embora sua implantação seja mais cara do que um ar condicionado normal, o seu consumo de energia é quatro vezes menor. Por isso, em pouco tempo ele se paga," garante Hernandez.
Os sistemas de ar-condicionado tradicionais são responsáveis hoje pelo consumo de cerca de 4,5% da energia no Brasil.