terça-feira, 28 de junho de 2016

Será que o detector de ondas gravitacionais encontrou a matéria escura?

A equipe da John Hopkins, liderada pelo pós-doutor Simeon Bird, ficou intrigada com a massa dos buracos negros detectados pelo Ligo, um observatório que consiste de dois extensos sistemas de detecção em formato de “L” ancorados no chão. Um fica em Lousiana e o outro no estado de Washington, ambos nos EUA.

As massas de buracos negros são medidos em termos de múltiplos do nosso sol. Os objetos que colidiram e geraram a onda detectada pela Ligo - um projeto conjunto do Instituto de Tecnologia da Califórnia e do Instituto de Tecnologia de Massachussetts-  tinham massas equivalentes a 36 e 29 massas solares. São muito grandes para se adequarem às previsões de tamanho da maioria dos buracos negros estelares, as estruturas ultra-densas que se formam quando estrelas colapsam. Mas também são muito pequenos para se adequarem às previsões de tamanho de buracos negros super massivos no centro das galáxias. Os dois objetos detectados pela Ligo, no entanto, se encaixam na faixa de massa esperada de buracos negros “primordiais.”

Acredita-se que buracos negros primordiais se formaram não a partir de estrelas, mas do colapso de grandes expansões de gases, durante o nascimento do universo. Embora sua existência ainda não tenha sido estabelecida com certeza, buracos negros primordiais foram sugeridos, no passado, como uma solução possível para o mistério da matéria escura. Por causa da falta de evidência sobre eles, no entanto, a hipótese “a matéria escura corresponde aos buracos negros primordiais” não ganhou muitos seguidores entre os cientistas.

Os achados do Ligo, no entanto, permitem o surgimento de novas prospectivas, especialmente porque os objetos detectados naquele experimento estão de acordo com a massa prevista para matéria escura. Previsões feitas por cientistas no passado apontaram que as condições no nascimento do universo teriam produzido muitos desses buracos negros primordiais, distribuídos, de modo geral, igualmente pelo universo, agrupando-se em formato de auréola no entorno de galáxias. Tudo isso torna eles bom candidatos para serem matéria escura.

O time da John Hopkins calculou quão frequentemente esses buracos negros primordiais formariam pares binários e, eventualmente, colidiriam. Levando em consideração o tamanho e formato alongado que acredita-se caracterizar a órbita de um buraco negro primordial binário, a equipe chegou à uma taxa de colisão que confere com os achados do Ligo.
http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/sera_que_o_detector_de_ondas_gravitacionais_encontrou_a_materia_escura_.html

terça-feira, 7 de junho de 2016

AVALIAÇÃO 2º BIMESTRE DE 2016

AVALIAÇÃO BIMESTRAL DE QUÍMICA 2º BIMESTRE

EM

1 EM



AVALIAÇÃO BIMESTRAL DE FÍSICA 2 º  BIMESTRE 


07/06/2016 10h37 - Atualizado em 07/06/2016 13h25

Falta de energia em Sorocaba: cidade fica quase 12h sem luz e tem prejuízos

Abastecimento de água em 87% do município parou por 16 horas.
Mais de dois milhões de pessoas de 19 cidades ficaram sem energia.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Ficar no escuro trouxe prejuízos nos mais diversos setores desde a tarde de segunda-feira (6) até a madrugada desta terça-feira (7) em Sorocaba (SP) e região. Mais de 500 mil residências, o que chega a aproximadamente 2 milhões de pessoas, ficaram sem energia elétrica por quase 12 horas. Segundo a CPFL, a chuva acompanhada de rajadas de vento atingiu o sistema de transmissão de energia que abastece a cidade e causou uma série de transtornos.
O "apagão" foi no meio da tarde e pegou todo mundo de surpresa. A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) afirmou que desde o dia primeiro de junho o sistema de transmissão tem sido afetado por ventos fortes e chuva, o que provocou a queda de 10 torres de transmissão.
Segundo informações da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), enviadas ao G1 às 5h, o fornecimento foi restabelecido, de forma provisória, em Sorocaba, Votorantim Itu, Mairinque, São Roque, Ibiúna, Iperó e Araçoiaba da Serra. Contudo, com o aumento do consumo previsto para esta terça-feira, a distribuidora irá fazer manobras operacionais, o que poderá provocar a interrupção do serviço para 150 mil clientes.
A situação ficou complicada durante a noite, quando os motoristas não conseguiram enxergar nada por conta da escuridão. Era perigoso passar pelos cruzamentos, já que nenhum semáforo funcionava. Na “Sorocaba às escuras”, os reflexos estavam por toda a parte. Sem luz, elevadores de prédios não funcionaram e moradores disputavam vagas nos poucos supermercados abertos.
Sorocaba às escuras: Cidade fica quase 12h sem luz e registra prejuízos  (Foto: Reprodução/TV TEM)Semáforos ficaram desligados durante a tarde e
noite em Sorocaba (Foto: Reprodução/TV TEM)
A telefonia também foi afetada e uma esteticista teve que fechar as portas depois que a luz apagou. “Complicou 100%, porque para tudo no estúdio a gente precisa de energia. A termocera não funciona e o aparelho roll-on também. Então o prejuízo total", conta Alexsandra Morais.
Com os semáforos desligados, o trânsito virou um caos. A confusão atingiu toda a cidade e, em alguns pontos, os agentes de trânsito da Urbes orientavam os motoristas, que tiveram que ter paciência. Para piorar a situação, os postos de combustíveis também pararam, já que sem energia, as bombas que abastecem os veículos também não funcionaram. As delegacias e plantões policiais também ficaram sem atendimento.
Atualmente, a região de Sorocaba opera com 70% da capacidade normal de distribuição de energia elétrica, segundo o gerente regional da CPFL, Edson Amaral. “A gente pede para que a população use somente o essencial para banho, por exemplo, evitando lavar e passar roupa porque até amanhã o sistema está com restrição de energia”, afirma.
A concessionária também entrou em contato com indústrias da cidade pedindo para racionalizar a produção a fim de evitar o grande consumo de energia e evitar novas quedas. A região do Éden, Cajuru, Aparecidinha e Zona Industrial continuam com instabilidade no fornecimento de eletricidade.  A previsão é que o serviço seja normalizado por volta das 19h.
Sorocaba às escuras: Cidade fica quase 12h sem luz e registra prejuízos  (Foto: Reprodução/TV TEM)Esteticista precisou interromper atendimento
após queda de energia (Foto: Reprodução/TV TEM)
Sem água
falta de energia elétrica afetou o fornecimento de água em diversos bairros de Sorocaba. A Estação de Tratamento (ETA) do Cerrado, responsável pela distribuição de 87% nos bairros da cidade, ficou mais de 16 horas sem eletricidade. "A situação da distribuição de água neste momento atinge a cidade como um todo, segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).
Em entrevista ao G1, o diretor geral do Saae, Rodrigo Maldonado, afirma que a região do Éden, na zona industrial, deve enfrentar falta de água nesta terça-feira (7). O ETA do Cerrado parou de funcionar por volta das 16h de segunda-feira (6), quando a cidade enfrentou problemas com o fornecimento de energia elétrica. O abastecimento de água só voltou a ser realizado de forma parcial por volta das 8h30 desta terça-feira (7).
Sem luz na região
Nas cidades de PiedadeTapiraí e Pilar do Sul, a Elektro confirmou a interrupção no fornecimento de energia. Em nota divulgada pela pela concessionária nesta terça-feira (7), o fornecimento de energia na região somente poderá ser totalmente normalizado com o restabelecimento do sistema de transmissão da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP).
Até o momento, 23.221 pessoas em Piedade, 11.991 em Pilar do Sul e 3.513 em Tapiraí permanecem com o fornecimento de energia elétrica interrompido. A expectativa é que o fornecimento seja normalizado no início da tarde.
Após inspeção, a CTEEP detectou 10 torres de transmissão danificadas e, em função disso, houve a interrupção no fornecimento de energia a partir das 15h10.​ O sistema tem sido seriamente afetado pelos recentes efeitos climáticos com fortes ventos, chuvas e descargas atmosféricas.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirmou o problema. Em função de temporais na região entre Sorocaba e Embu-Guaçu, no estado de São Paulo, ocorreu o desligamento de três linhas de transmissão de 440 kV que interligam as subestações Oeste e Embu-Guaçu (CTEEP) e a alimentação ao Consumidor Livre Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).
O desligamento das linhas causou a desenergização das substações. Com isso, houve perda de aproximadamente 630 MW de carga, afetando os clientes da distribuidora CPFL na região deSorocaba e municípios próximos.
Morador registrou falta de energia no bairro Parque Bela Vista em Votorantim (Foto: Emerson TV Cidade/ Arquivo pessoal)Morador registrou falta de energia em Votorantim (Foto: Emerson TV Cidade/ Arquivo pessoal)

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Descoberta estrela com "motor interno" diferente do Sol



A grande diferença descoberta quando os astrônomos observaram a estrela Zeta Andrômeda é que suas manchas solares não estão ao redor do equador, como acontece no Sol, mas nos polos da estrela.

O posicionamento diferente das manchas indica que o campo magnético da estrela é gerado por dinâmicas internas totalmente diferentes - quais são e como funcionam essas forças dinâmicas é algo que agora precisará ser desvendado.

 Pela primeira vez, manchas solares - ou manchas estelares - foram fotografadas diretamente em uma estrela que não o Sol.
"Enquanto manchas solares por imagiologia foram uma das primeiras coisas que Galileu fez quando começou a usar o telescópio recém-inventado, demorou mais de 400 anos para que fazermos um telescópio poderoso o suficiente que pudesse fotografar pontos em estrelas além do Sol," disse John Monnier, astrônomo da Universidade de Michigan, nos EUA.
E os resultados foram surpreendentes: a estrela parece ter um "motor interno" diferente do Sol, o que se manifesta em um campo magnético muito diverso.
Como o único modelo de estrela que os astrônomos tinham até hoje era o próprio Sol, os dados não batem com as atuais teorias de como os campos magnéticos das estrelas influenciam sua evolução. E mais dados exigem melhores teorias.
continue lendo:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=estrela-tem-motor-interno-diferente-sol&id=010130160516

Manchas estelares
Pela primeira vez, manchas solares - ou manchas estelares - foram fotografadas diretamente em uma estrela que não o Sol.
"Enquanto manchas solares por imagiologia foram uma das primeiras coisas que Galileu fez quando começou a usar o telescópio recém-inventado, demorou mais de 400 anos para que fazermos um telescópio poderoso o suficiente que pudesse fotografar pontos em estrelas além do Sol," disse John Monnier, astrônomo da Universidade de Michigan, nos EUA.
E os resultados foram surpreendentes: a estrela parece ter um "motor interno" diferente do Sol, o que se manifesta em um campo magnético muito diverso.
Como o único modelo de estrela que os astrônomos tinham até hoje era o próprio Sol, os dados não batem com as atuais teorias de como os campos magnéticos das estrelas influenciam sua evolução. E mais dados exigem melhores teorias.
Motor da estrela
A grande diferença descoberta quando os astrônomos observaram a estrela Zeta Andrômeda é que suas manchas solares não estão ao redor do equador, como acontece no Sol, mas nos polos da estrela.
O posicionamento diferente das manchas indica que o campo magnético da estrela é gerado por dinâmicas internas totalmente diferentes - quais são e como funcionam essas forças dinâmicas é algo que agora precisará ser desvendado.
O modelo atual propõe que estrelas sejam essencialmente bolas de gás brilhantes que, através de processos de fusão atômica, liberam energia na forma de luz e calor. No interior da estrela há partículas carregadas que giram e dançam, dando origem a um campo magnético cujas linhas chegam à superfície, onde ele aparece na forma de manchas solares - as manchas solares são áreas frias causadas pelos fortes campos magnéticos, que retardam o fluxo de calor.
As novas imagens mostram manchas estelares no norte da região polar da estrela Zeta Andrômeda e vários pontos adicionais que se espalham pelas latitudes mais baixas. É a primeira vez que essas manchas estelares polares foram observadas diretamente.
"Pela primeira vez, sem erros, nossas imagens mostram manchas estelares polares na Zeta Andrômeda", disse Rachael Roettenbacher, principal autora do estudo. "Agora podemos ver que as manchas não se restringem em se formarem em bandas simétricas em torno do equador, como ocorre com as manchas solares. Vemos as manchas estelares em ambos os hemisférios e em todas as diferentes latitudes. Isto não pode ser explicado por extrapolação das teorias sobre o campo magnético do Sol."
Idade das estrelas
As manchas estelares de latitudes mais baixas estão espalhadas por uma região extensa e relativamente fria, onde os astrônomos dizem ter encontrado indícios de que os campos magnéticos podem suprimir o fluxo de calor através de uma grande parte da superfície da estrela, em vez de apenas em alguns pontos.
Como a temperatura das estrelas é essencial para estimar a idade de cada astro, estas regiões extensas e "frias" precisam ser levadas em conta porque podem estar invalidando as medições de temperatura e, por decorrência, a idade das estrelas.
Além disso, a diferença no modo de geração das manchas solares - o que os astrônomos chamam de motor interno da estrela - pode ser um indicador por si só da idade das estrelas, atuando de forma diferenciada em estrelas jovens e estrelas velhas.
O Sol, por exemplo, atualmente gira uma vez a cada 24 dias, e o número de manchas solares aumenta ou diminui juntamente com seu ciclo de atividade magnética de 11 anos - mais manchas solares sinalizam mais atividade magnética. Mas os astrônomos acreditam que o Sol girava muito mais rápido quando era mais jovem.
"Observar os pontos de estrelas jovens e velhas nos ajuda a compreender a física fundamental por trás da geração do campo magnético e como isso muda com o tempo," disse Alicia Aarnio, coautora do estudo. "A atividade magnética solar pode afetar muito a nossa vida hoje, de modo que este trabalho é importante para desenvolver a imagem do comportamento do campo magnético do Sol no início, atualmente e no futuro. Isso não tem apenas implicações sobre o início da vida, mas também sobre a sua continuação como a conhecemos."

Bibliografia:

No Sun-like dynamo on the active star ζ Andromedae from starspot asymmetry
R. M. Roettenbacher, J. D. Monnier, H. Korhonen, A. N. Aarnio, F. Baron, X. Che, R. O. Harmon, Zs. Kovári, S. Kraus, G. H. Schaefer, G. Torres, M. Zhao, T. A. ten Brummelaar, J. Sturmann, L. Sturmann
Nature
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nature17444